Em “POR UMA ESTRELA” contamos uma bonita e tocante história de amor, destas capazes de emocionar todo aquele que tiver “um coração humano”...
Trata-se da história de um casal de crianças que cresce junto em uma pequena aldeia de pescadores, que aprendem um a amar o outro, mas que, de repente, são separados pelas contingências da vida. Veremos então o menino sofrer pela saudade, pela dor da separação, até que se decidirá por uma verdadeira “virada” em sua vida, para ir atrás do seu amor. Um tanto elementar, porém humano, amoroso, sensível... Qualidades de que nossa humanidade tanto precisa nesses tempos em que vivemos.
Resgatamos, neste espetáculo, um conceito de amor que aproxima os humanos, que os torna únicos e que, enfim, todos nós buscamos alcançar em algum momento da vida.
São tempos difíceis estes em que vivemos. Em um momento em que passamos pela chamada “globalização”, que faz cair as fronteiras entre os países, nos parece que as fronteiras entre os indivíduos tornam-se cada vez mais intransponíveis. Em um mundo aceleradamente mais tecnológico, em que a revolução nas comunicações deveria aproximar pessoas, paradoxalmente, nos fechamos mais e mais, a cada dia. O compartilhar dos olhares, das experiências humanas mais sutis, ou das emoções, agora é apenas um compartilhar de palavras, reduzidas, porém, a sua condição de símbolo – incapazes de conter a necessária emoção humana, posto que jogadas no universo virtual dos computadores e máquinas afins. Os indivíduos se transformam em agentes cibernéticos, fechados em suas casas, de onde enviam as suas tantas mensagens.
Eletrificam os seus muros, amedrontados que estão, e os encontros verdadeiramente pessoais passam a ser raros. Trata-se de uma constatação elementar. É um sinal dos tempos, é uma característica de nossa modernidade. Mas nós... Ora, nós fazemos teatro e entendemos o teatro, sobretudo, como um encontro humano, em que se confraternizam público e palco, através de uma intensa troca de emoções. Nosso espetáculo, portanto, vem realizar o que entendemos como prerrogativa do teatro: um encontro especial, quase que “de almas”, promovido por uma história bonita, capaz de verdadeiramente emocionar a todos nós, encenadores e público.
Contamos aqui uma bonita e tocante história de amor. Mas, sobretudo, resgatamos um conceito de amor que anda esquecido. Falamos aqui do verdadeiro amor humano, o amor com raízes. O amor que se constrói através da cumplicidade e do companheirismo de quem convive de verdade, de quem passa junto pela vida, enfrentando as intempéries e bonanças, aprendendo a tolerar e amar até mesmo os defeitos um do outro. Este é o amor capaz de atravessar toda uma existência, de décadas e décadas. É o amor, enfim, que nos conforta e nos confortará para sempre, diferentemente das relações descartáveis, destas feitas de imediatismos, ou geridas pela geração mergulhada no “império do prazer a qualquer custo”, que temos visto, e ou experimentado, nos últimos tempos.
"É uma peça calminha, com ritmo lento, temática delicada, enfim, um verdadeiro oásis no mundo atual, por demais agitado e tecnológico. A história é bem romântica, com uma bela trilha sonora. Sitchin mais uma vez demonstra uma incrível coragem, pois não abre mão de sua linguagem sensível e de sua louvável meta como encenador: atingir o coração da plateia, menos do que a razão. Os manipuladores dos bonecos são tecnicamente muito bem preparados, mas nota-se que vão além da pura técnica e realmente sentem cada gesto que imprimem nos personagens. Quando os bonecos vão nadar no fundo do mar (panos transparentes), é perfeita a movimentação de braços e pernas, como se os bonecos estivessem mesmo mergulhando em águas profundas. Também é muito linda a solução para a passagem do tempo, utilizando o balanço do mar."
DIB CARNEIRO NETO - REVISTA CRESCER - 01/06/2006
"Com 22 anos de estrada, a Cia. Truks ganhou reconhecimento pelo ótimo trabalho na animação de bonecos e objetos. O grupo é responsável por êxitos como Zoo-Ilógico, A Bruxinha e Sonhatório — essa última volta ao cartaz no Sesc Vila Mariana no domingo (4). Em Por uma Estrela, o novo espetáculo exibido no Sesc Pompeia, a trupe retoma o bem-sucedido formato. Apesar da destreza dos manipuladores, o destaque aqui fica para a tocante história sem diálogos assinada pelo também diretor Henrique Sitchin".
TATIANE ROSSET - REVISTA VEJA SP - 01/06/2006
Texto:
HENRIQUE SITCHIN
Baseado em ideia original de
LUCIANA SEMENSATTO
Direção:
HENRIQUE SITCHIN
Produção Executiva:
DEBORAH CORREIA
Elenco:
AGUINALDO RODRIGUES
BIANCA MUNIZ
DRIELY PALÁCIO
JOÃO SANTIAGO
GUILHERME CONRADI
STEFANY ARAÚJO
Técnico de Som e Iluminação:
JOÃO SANTIAGO
Coordenação de Confecção de Cenografia,
Bonecos e Formas Animadas:
DALMIR ROGÉRIO PEREIRA
Confecção de Cenografia,
Bonecos e Formas Animadas
DALMIR ROGÉRIO PEREIRA, HENRIQUE SITCHIN,
KELY DE CASTRO, AILTON ROSA
ROGÉRIO UCHOAS, AGUINALDO RODRIGUES
JORGE MIYASHIRO e LUCIANA SEMENSATTO
Trilha Sonora:
HENRIQUE SITCHIN
Iluminação:
HENRIQUE SITCHIN e AGUINALDO RODRIGUES